Considerando os preditores tradicionais de voto, especialmente os econômicos, as chances do Bolsonaro sempre foram reduzidas, portanto, vislumbrava-se desde o início a vitória do Lula. Como o petismo é majoritarista, iliberal e populista, eu torci para que a eleição não terminasse no primeiro turno, pois um segundo turno evitaria que o “empuxo plebiscitário” desse aos petistas o salvo-conduto que eles imaginariam receber.

No contexto da eleição, o resultado do Bolsonaro foi supreendente. Primeiro porque levou para o segundo turno. Depois, pela estabilidade das intenções de voto durante toda a segunda etapa, quando Bolsonaro, além de pagar pelas inúmeras besteiras que ele disse a vida toda (a maioria já eram do conhecimento de quem votou nele em 2018) ainda teve o desgaste das declarações do Paulo Guedes. Somado a isso, os dois candidatos da “3 via” fecharam com Lula e a Globo dia e noite monta a linha editorial para desgastá-lo. Diante de tanta “pancada” poderia se imaginar que o incumbente cairia.

Se terminasse com mais de 45% dos votos válidos estaria muito no lucro. Mas, o que surpreende é que se ele errasse só um pouquinho menos, estaria eleito. Só um pouco, vejam bem. Era só não criar besteira novas no segundo turno – como a entrevista das venezuelanas, a visita à Aparecida e as falas do Guedes, por exemplo.

Então, considero que – entre os cenários mais prováveis no início da campanha – a eleição terminou com o melhor deles: que é um governo sem empuxo majoritário, com forte oposição no Congresso e resistência na sociedade.

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