É difícil não pensar conforme a esquerda, porque é a “doxa” – o ambiente intelectual, o paradigma – em que somos imersos desde os bancos escolares. Por isso, o discurso esquerdista sempre é mais agradável, fácil, confortável e aparenta mais sentido num primeiro momento.
Pensar exige esforço e nem sempre estamos preparados ou dispostos para isso.
Falta preparação porque nossa Educação, além de ser limitada curricularmente, é enviesada. Já a falta de disposição tem pelo menos duas origens. Primeiramente, as circunstâncias da vida: saímos dos bancos escolares e das universidades e temos que cuidar da vida. Pouca gente tem tempo para ler os jornais para além dos títulos das notícias, ou para ler um livro que lhe apresente uma perspectiva diferente. Em segundo lugar, por comodismo/oportunismo. É o caso do esquerdista que sabe e entende o fundo ilusório, utópico ou mentiroso do discurso da esquerda. Mas está confortável ou está ganhando com ele.
Mas existem os esquerdistas sinceros. Porque o problema não é ser esquerda ou ser direita, o problema é a ignorância. É acreditar em algo sem estar aberto a ouvir e respeitar o contraditório. Tem muita coisa que faz sentido, só não bate com os valores pessoais de cada um. E como, ao fim, o indivíduo e não a estrutura é mais importante, sempre é preciso respeitar esquerdistas e direitistas sinceros e democráticos.