Na “Semana da Pátria” vocês devem ter visto nossa bandeira numa enxurrada de posts e publicidade ufanistas. O curioso é a dissociação entre o evento e o símbolo. A bandeira que usamos hoje é a bandeira da República que surgiu no 15 de novembro de 1889 – na verdade, a adoção oficial da bandeira aconteceu posteriormente. Se nossa independência tivesse ocorrido sob o signo dos ideais republicanos, como aconteceu no restante da América Latina, provavelmente teríamos uma série de países com diferentes bandeiras no espaço do atual território brasileiro.

Eu também celebro a pátria, mas, para evitar essa dissociação e dar o crédito aos personagens de direito, costumo usar a bandeira do Império do Brasil para comemorar a Independência, pois foi essa a que tremulou em 1822, simbolizando um novo Estado, autônomo e independente. A ideia de “Brasil” demorou para se consolidar e sem o Império dificilmente haveria um país unificado, como temos hoje. Se isso foi bom ou ruim, só é possível julgar num exercício de imaginação.

Para além do patriotismo míope ou da demagogia do discurso da “independência incompleta”, a memória do sete de setembro, como data comemorativa, poderia servir para lembrar da unidade nacional. Refletir sobre o que nos une, o que nos uniu e o que nos faz, de norte a sul, igualmente brasileiros é um bom exercício nos tempos atuais.

Viva o sete de setembro!

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