
Nunca consegui entender onde as pessoas foram buscar a idéia de que a democracia de algum modo se opunha à tradição. É óbvio que tradição é apenas democracia estendida ao longo do tempo. É confiar num consenso de vozes humanas comuns em vez de confiar nalgum registro isolado ou arbitrário. Quem, por exemplo, cita algum historiador alemão contra a tradição da Igreja Católica está rigorosamente apelando para a aristocracia; está apelando para a superiodade de um perito contra a tremenda autoridade de uma multidão. […]
Tradição significa dar votos à mais obscura de todas as classes, os nossos antepassados. É a democracia dos mortos.
G.K. Chesterton, em “Ortodoxia”, pp.79-80.